Coreia do Sul: Jeju Island, o paraíso exótico superlotado

Você consegue adivinhar qual seria a rota de voo mais concorrida no mundo?

No ano passado, a vencedora foi aquela que liga a capital da Coreia do Sul, Seul, e Jeju Island, um destino turístico a 90 km de distância do continente. As pessoas vão para lá para apreciar as paisagens vulcânicas, as cachoeiras pitorescas e um parque de diversões erótico, popular entre os recém-casados em lua de mel.

Em 2017, quase 65 mil voos ligaram os dois aeroportos – seriam quase 180 por dia. Por ano, cerca de 15 milhões de turistas visitam a ilha, de acordo com o jornal South China Morning Post. O que significaria uma multidão para uma área de apenas 2 mil quilômetros quadrados.

Para Kang Won-bo, diretor de um grupo de manifestantes locais, há um problema ambiental em jogo ali.

“O ambiente de Jeju, que era intocado até pouco tempo atrás, agora tem sido danificado de maneira grave após ter se tornado um destino popular para turistas. Há muito lixo e engarrafamentos gigantescos.”

Catherine Germier-Hamel, uma consultora em turismo sustentável que mora em Seul, afirma que o turismo nem sequer tem contribuído para a economia local.

“A ilha recebe muita gente pelos cruzeiros. Essas pessoas ficam apenas algumas horas ali e não contribuem efetivamente para a economia local”, explicou.

Germier-Hamel diz que, ao redor do mundo, as pessoas tendem a medir o sucesso do turismo apenas em números de visitantes, e isso deveria mudar.

E a quantidade de carbono que todos esses voos acabam depositando na ilha?

Não parece que isso seja algo que vá mudar tão cedo: o governo da Coreia do Sul está considerando fazer outro aeroporto na ilha, já que está projetando o aumento do número de turistas para 45 milhões até 2035.

A Ilha de Jeju é popular principalmente entre os turistas chineses. O crescimento do mercado de viagens a partir China é visto, aliás, como a maior causa das tensões recentes na região.

No ano passado, a China chegou a proibir suas agências de viagens de vender pacotes para a Coréia do Sul em protesto contra a decisão de Seul de utilizar um sistema de defesa antimísseis americano para a segurança. Essa proibição, porém, acabou recentemente.

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