Maior ferry boat do Brasil passa a operar na travessia para o Marajó
Viagem experimental reunirá representantes da segurança naval, autoridades e imprensa convidada.
Por Christina Hayne
DRT 1759/PA
População marajoara e turistas paraenses terão à disposição a partir da primeira semana do mês de julho do corrente ano mais uma opção de travessia para a Ilha do Marajó. Agora, será possível sair de Belém, pelo porto de Icoaraci, à bordo do maior ferry boat do Brasil, o “Henvil I”.
Com o dobro do tamanho e da capacidade de passageiros e carga em relação ao já conhecido “São Gabriel”, que atualmente opera na travessia com maestria, o “Henvil I” chega para proporcionar maior comodidade, segurança e acessibilidade. Antes, da viagem inaugural para passageiros, entretanto, será realizada a viagem experimental para última checagem da embarcação, até o fim de junho, com a presença de representantes da segurança naval (Capitanias dos Portos), Corpo de Bombeiros, representantes da Agência de Regulação dos Serviços Públicos do Pará (Arcon), autoridades e imprensa convidada.
O equipamento que está pronto para entrar em operação, pertence a empresa Henvil Navegação, que passa a disponibilizar a partir de julho o quinto equipamento da empresa, tipo ferry boat, para atender aos moradores, turistas e a economia dos 16 municípios da maior ilha fluvial do mundo.
A nova embarcação, considerada a maior do Brasil, prima pela segurança, conforto, beleza, acessibilidade, serviços e espaços disponíveis. Possui o dobro da capacidade do ferry boat “São Gabriel”, tida, até o momento, como o maior ferry boat da região Norte.
Pesando cerca de 3 mil toneladas (t), a “Henvil I” possui área aumentada para100 metros de comprimento e 20 metros de largura garantindo espaço para 160 veículos e capacidade de acomodação para 1200 passageiros incluindo a área vip com poltronas reclináveis no andar superior da embarcação e deck de contemplação. Também à disposição dos passageiros, sanitários adaptados em todos os andares e para os portadores de necessidades especiais e/ou passageiros com dificuldade de locomoção terão à disposição o acesso do térreo ao segundo andar, por elevador com capacidade para 250 kg. Serviço de lanchonete também estará em funcionamento durante a viagem, cujo tempo não deve sofrer alterações e poderá ter variação conforme a maré e contra maré.
No quesito segurança o ferry boat Henvil I se destaca ainda mais. Todas as embarcações da Henvil Navegação cumprem o que é determinado pela DPC – Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil.
No alto, na cabine de controle da embarcação, a tecnologia de ponta atua em favor da segurança da navegação. Além das cartas náuticas, equipamentos modernos como o batímentro, que informa a profundidade e o sistema AIS, que permite ao comandante antes de iniciar a navegação gravar a rota entre o início e destino final e dessa forma basta colocar a embarcação em cima da linha definida pelo sistema, este, certamente é o caminho mais seguro e adequado para a embarcação seguir navegando pelos trechos mais adequados.
Em baixo, no casco da embarcação, fica localizado um total de 32 porões estanquiados (fechados) e interligados por tubulações com bombas individuais em cada um dos porões ligados à sala de máquinas com sistemas independentes. Esse sistema é de extrema segurança para a navegação, pois em caso de um incidente em um dos porões, a embarcação segue sem problemas ao seu destino final pois o sistema em caso de fissura ou qualquer anormalidade que resulte em entrada de água para dentro dos cascos, as bombas são acionadas automaticamente e passam a jorrar água para fora da embarcação “Isso é um sistema exigido para segurança da navegação e eu sigo todas as determinações”, disse Daniel Pereira.
A potência da embarcação de 3 toneladas é de 1.660 cavalos de força, ou seja, dois motores de 830 HPs cada um, porém isso não significa maior velocidade para redução do tempo de viagem. O tempo de deslocamento depende das condições da maré e contramaré. “É preciso que o usuário entenda que automaticamente ao pegar uma contramaré revolta, para garantir a segurança, reduzir o desconforto do usuário e não permitir que a embarcação seja maltratada, segue-se a determinação em baixar a velocidade reduzindo assim a rotação dos motores. É uma determinação da empresa essa conduta com a navegação para primar pela segurança.
Há quase três décadas no ramo de transportes fluviais, Daniel Pereira, empresário e proprietário da empresa Henvil Navegação, chega ao meio do ano de 2022 (após uma pandemia que provocou danos humanos irreversíveis, além de danos sociais e econômicos que promoveram uma redução de 40% na arrecadação da empresa), com o sentimento de satisfação por ter conseguido manter em seu quadro funcional cerca de 200 famílias vinculadas à empresa, sendo este o mesmo número de colaboradores de antes da pandemia.
Segundo Daniel, em meio a retomada da economia e do turismo, ele está pronto para protagonizar, mais uma vez, a melhoria do transporte fluvial no Pará, após um investimento na ordem de R$ 50 milhões.
Por ocasião da entrevista concedida à Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo- Febtur Pará e ao Portal Rede Pará, Daniel Pereira confirmou que a embarcação Henvil I já está na água, na área do estaleiro da Henvil Navegação, em Icoaraci, aguardando apenas autorização para viagem experimental e posterior viagem inaugural com a presença de passageiros.
E declarou sentindo-se orgulhoso e com sentimento de sucesso: “estamos aguardando somente a chegada do resultado da análise dos engenheiros navais da classificadora, representação, esta, vinculada a Marinha do Brasil, localizada no Rio de Janeiro (RJ). Os documentos, assim que disponibilizados, serão encaminhados imediatamente à Capitania dos Portos, ainda esta semana, a fim de proceder o despacho da embarcação e obter a autorização para navegação”.
A empresa paraense que prima pelo compromisso ao exercer sua missão em transportar a população pelos rios da Amazônia com segurança e qualidade, se coloca como colaboradora em favor do desenvolvimento no Estado do Pará. Foi pensando nesse crescimento que o empresário planejou o investimento ao longo dos últimos três anos, na ordem de R$ 50 milhões para transformar uma balsa já existente no maior ferry boat do País.
“Estamos sempre investindo na melhoria da navegação nos rios do Pará e na qualidade do transporte fluvial para segurança e conforto do passageiro, por isso, o planejamento e os investimentos se fazem necessários e garantem aquisição de novos equipamentos; manutenção dos equipamentos em operação, entre eles, o estaleiro próprio e os terminais privados e a qualificação de colaboradores”, informou Daniel Pereira.
Apesar dos altos valores quanto ao investimento e mesmo com a tarifa defasada e sem aumento nos últimos anos, se mantendo a R$ 27 reais por passageiro e ainda considerando o aumentos dos custos de manutenção e combustível/diesel, Daniel Pereira tem a seu favor o tempo de utilização dos equipamentos entre duas e três décadas para reverter o investimento feito.
A empresa, possui hoje 04 ferry boats a disposição da população e do turismo para travessia no eixo Marajó – Icoaraci – Camará; Soure – Salvaterra e Cachoeira do Arari. A partir do 01 de junho de 2022, oficialmente serão 05 embarcações a fazer o trajeto.
Além desta travessia que atende a Ilha do Marajó, a empresa atua na travessia Belém – Arapari, que atende a região de Barcarena, Mocajuba, Baião, Cametá, Moju e outros e a travessia Santa Izabel – Bujarú, que segue em direção aos municípios de Tomé-Açu e Acará. Por conta do incidente com a ponte que liga os distritos de Icoaraci e Outeiro, a empresa está à frente também desta travessia e dessa forma evitar o isolamento de quem reside na ilha de Outeiro.
Além das embarcações, das concessões para travessias em diferentes municípios, do estaleiro próprio em Icoaraci para manutenção e construção, a empresa Henvil Navegação ainda tem sob sua responsabilidade o porto de acesso de Camará e os espaços de entorno e toda estrutura – salas, sanitários, espaços de circulação e espaços de alimentação (box) e ainda segurança para circulação de pessoas e organização do acesso de carros e caminhões às balsas que fazem a travessia para o município de Soure. Daniel Prereira informou que na área do porto Camará foi disponilizada internet livre aos que transitam na ártea e água para a comunidade do entorno por meio de poços artesianos. Segundo o empresário, outros investimentos estão por vir.